segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Resumo biográfico de Antônio Dutra Sobrinho

Através de seis décadas, o povo de Carira vem elegendo seus prefeitos, desde Olímpio Rabelo até os dias de hoje, em que Diogo Machado administra nosso município. Dessa seleta lista faz parte Antônio Dutra Sobrinho, patriarca dos Dutras de Carira.
Filho de Manuel Alves de Almeida e Maria Isabel de Almeida, nasceu no Gandu, em Itabaiana, no dia 11 de outubro de 1911. Ainda jovem, mudou-se para o então povoado Carira, onde se instalou definitivamente.
Casou-se com Maria Soares Dutra (Liquinha), filha do fazendeiro Bernardino Soares de Lima (Sinhô do Serrote) e irmã de Jercílio Soares de Lima, que também foi prefeito de Carira.
Dadas as dificuldades, contava apenas com escolaridade primária, o que não era pouco na longinquidade do nosso sertão. À época, saber ler e escrever era para poucos.
Bem relacionado na praça, tinha Dutra uma casa comercial, administrada por ele próprio até lhe faltarem as forças para tanto. Era também pecuarista.
Ingressando na carreira política, pleiteou em 1958 a prefeitura de Carira e foi derrotado por Antônio Conrado de Souza (Totonho Conrado). Candidata-se novamente em 1962 e vence o adversário Aroaldo Chagas, candidato apoiado por Antônio Conrado de Souza. Observe-se que foi a primeira vitória de um candidato de oposição em Carira.
Empossado em 31 de janeiro de 1963, nomeou para a Secretaria Municipal o filho José Augusto Dutra. Salientamos que durante sua gestão foi inaugurada em nossa cidade uma agência do Banco do Nordeste do Brasil.
Com o golpe militar de 1964, chega ao fim a administração de Antônio Dutra Sobrinho, conforme narra o historiador João Hélio de Almeida em sua obra CARIRA: "A 12 de junho, Dutra recebe ofício do tenente Gilson Santos Dantas, chefe da equipe de investigações do governo militar revolucionário (ditadura), solicitando a demissão de funcionários, a bem do serviço público. No mesmo dia, sua administração foi interrompida, em caráter irrevogável..."
Não foi essa a única nem a maior das arbitrariedades da ditadura militar, que se prolongou por cerca de duas décadas. Se esse ato pôs fim à administração de Antônio Dutra, não o impediu contudo de se manter influente na política de Carira. Não por acaso, seus filhos José Augusto e José Irã acabaram por ingressar nela também.
Em 1976, tenta pela terceira e última vez eleger-se prefeito de Carira. Entretanto foi derrotado por Maria Neuza Alves Chagas, viúva de Aroaldo chagas.
Em 22 de janeiro de 1988, já na velhice, viu partir para a eternidade dona Liquinha, companheira de todas as lutas e co-responsável pela educação dos seus filhos. Aproximadamente um ano depois, em 1° de janeiro de 1989, é empossado na prefeitura de Carira seu filho José Augusto Dutra.
Dutra não morreria sem antes sofrer um duro golpe, um forte abalo para o coração de um pai: em 26 de fevereiro de 1991, morreu, ainda jovem, seu filho Antônio Augusto Dutra. O cortejo fúnebre foi dividido em duas partes: uma até a Igreja Matriz, para uma missa de corpo presente cuidadosamente providenciada; outra até o cemitério municipal de Carira.
Em 26 de julho de 1993, chega ao fim a jornada do carirense Antônio Dutra Sobrinho. Passou para a galeria dos grandes nomes da história de Carira. Alcançaria em 11 de outubro de 2011 o centenário. 

Com esta modesta homenagem, reconhecemos sua contribuição para a sociedade carirense.
Agradecemos a colaboração do ex-prefeito José Augusto Dutra e de dona Maria Irami Dutra e sua filha Mércia Dultra Diniz. Somos gratos também ao senhor Andrelino Mota dos Santos pelas valiosas informações que nos transmitiu.
Pesquisamos a obra CARIRA, de João Hélio de Almeida.

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